Com suas folhas imensas, semelhantes a bandejas flutuantes,
a Vitória tem sido admirada por seu esplendor pelos visitantes
que se deparam com o lago Frei Leandro, em forma de e no coração
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Nossos habitantes indígenas tem lendas para explicar
a origem da Vitória. De acordo com uma delas, uma menina
cabocla iludida pelo amor queria tocar Laci - a lua - para se
tornar uma estrela e saciar sua paixão. Vendo a Lua refletida
na superfície de um lago, a jovem mergulhou, pensando
poder alcançá-la, e se afogou. Tocada pelo destino
da bela cabocla, Laci a transformou em uma estrela da água:
A Vitória.
Os primeiros espécimes a florescer no Jardim Botânico
nasceram de sementes trazidas do Mato Grosso pelo botânico
Frederico Carlos Hoehne, por volta de 1910. Tentativas anteriores
de introdução foram realizadas por Barbosa Rodrigues,
porém sem muito sucesso (Cruls, 1944).
Uma observação interessante que demonstra a
possibilidade de encontrar-se plantas mais viçosas em
cultivo do que na natureza pode ser encontrada em um relato de
Cruls (1945): "Havia três ou quatro folhas de vitória-régia
flutuando na água.... São mofinas e longe de se
assemelharem às cultivadas no Rio de Janeiro, explodindo
em flores magníficas".
Espécimes adicionais foram doados em 2000 pelo Museu
Goeldi no Pará e são agora cultivados juntamente
com os descendentes da introdução original que
germinaram após a restauração do lago Frei
Leandro, neste mesmo ano, incrementando a diversidade genética
de nossos espécimes.
Bibliografia:
G. Cruls, Hiléia Amazônica. São
Paulo. Editora Nacional. 1944. pg. 34.
G. Cruls, A Amazônia que eu vi. São Paulo. Editora
Nacional. 1945. pg. 11. |